Por mais que não se queira falar no assunto, todo ano as discussões sobre o carnaval barramansense afloram nesse período que antecede o tríduo. Posições antagônicas se apresentam, perguntas pululam, opiniões divergem: o carnaval no Parque da Cidade ficou melhor ou pior? Na Av. Joaquim Leite a festa tem muito mais energia e participação popular; sambista gosta é de rua; a estrutura do Parque da Cidade é mais segura; moradores do Centro da cidade onde acontecia o carnaval se aliviam: pelo menos não vão urinar mais na porta da minha casa; os banheiros do Parque ficam muito longe dos desfiles; a pista dos desfiles é muito curta e não permite uma boa apresentação; o Bloco do Boi perdeu sua graça e espontaneidade, e por aí vão as reclamações e os elogios sobre como é realizado o carnaval em Barra Mansa de uns tempos para cá. Pesquisas de opinião feitas pelo Programa Café no Bule na Rádio do Comércio sempre indicaram a preferência de seus ouvintes pelo Parque da Cidade, embora as manifestações a favor do retorno do carnaval para a Joaquim Leite tenha bastantes entusiastas. E eu sou um deles. Sou barramansense nascido na Rua São Sebastião , folião inveterado (gosto mesmo do carnaval) e desde criança acompanho a festa que sempre aconteceu na Joaquim Leite, com os mesmos mijões. O carnaval de Barra Mansa sempre teve a magia da Av. Joaquim Leite que recebeu em seu leito foliões e mais foliões, podendo ser destacados o Nono do Reco-reco, a Tia Amélia dentre muitos e as agremiações carnavalescas que faziam o brilho, tais como a Escola de Samba Boêmios do Morro, A Escola de Samba Unidos do Viaduto, a Escola de Beira Rio, O Clube do Garfo, As Paulas, Sai Como Pode, Sai ou Não Sai, Deixa Falar, Uma Boa, Bafo da Pantera, a Mocidade da Vila Maria, Unidos do Jardim Central, Unidos de Santa Izabel e outras tantas. E essas agremiações e os anônimos foliões fizeram o carnaval de Barra Mansa ficar famoso e atrair muita gente de fora. Já ia me equecendo dos bailes nos clubes, Clube Municipal. Ilha Club da ARB, Azteca, Tabajara e os bailes populares na quadra do Barão de Aiuruóca, na antiga Agemil e na Chevrolet, hoje funciona o Bramil. Enfim, o carnaval daqui fazia jus ao slogan: Carnaval em Barra Mansa fica sempre na lembrança! Lembrei-me de mais blocos: Deixa Que Eu Bebo, Pulo do Sapo, Mensageiros do Samba, Vassourada, Cisne Branco e a Escola de Samba Acadêmicos da Chacrinha. Isso tudo reunido já dá quase um carnaval do Rio de Janeiros. Exageros à parte, a verdade é que o carnaval de BM foi se desestruturando em função de vários fatores, principalmente o descaso do poder público com aquela que pode ser considerada a mais popular de todas as festas populares. Queiram ou não queiram, quem fica com os louros do sucesso do carnaval é a prefeitura. Relembrando os carnavais dos últimos 20 anos podemos dizer que, Ismael de Souza realizou um carnaval que agradou aos foliões, tendo sido até carregado e jogado pro alto no ultimo dia, a partir do seu sucessor Luiz Amaral, o carnaval iniciou seu declínio, tendo em vista a falta de apoio financeiro e logístico da PMBM (aliás, apoio financeiro nunca foi o forte de nenhuma das administrações da cidade), e com o declínio as pessoas que aqui permaneciam no carnaval passaram a viajar, esvaziando a festa. Veio a administração petista e foi um arraso o carnaval da Pandeló. Parecia festa junina. Um monte de barraquinhas em plena Joaquim Leite e pouca participação das entidades. E lá foi um pouco mais de povo prá fora da cidade durante o carnaval. Decoração carnavalesca então, sumiu por completo. E aí barra Mansa elege um prefeito jovem, que nunca escondeu não gostar de carnaval em função de sua crença evangélica (acho eu) e proporciona aos barramansenses uma festa bastante similar às antigas e ainda adicionando um complemento a mais que foram as arquibancadas que proporcionaram ao grande público que foi para a Joaquim Leite, um maior conforto para se assistir aos desfiles. No ano seguinte, em função dos comentários favoráveis, a Av.Joaquim Leite bombou e ficou superlotada de foliões. A verba da PMBM continuava ruim mas o carnaval havia readquirido o seu brilho nato e perdido com a desfaçatez do poder público. CLAP!CLAP!CLAP! Aplausos para o Roosevelt Brasil que contra todos que achavam que ele ia enterrar o carnaval barramansense, colocou-o de novo no lugar merecido. Mas como alegria de pobre dura pouco, o senhor Alcaide, sem nenhuma consulta popular, resolve a seu bel-prazer, transferir o carnaval da Joaquim Leite para o Parque da Cidade, onde vem agonizando a cada ano que passa. Com a alegação que o Parque da Cidade foi adquirido com objetivo de se transferir para lá todas as festas da cidade, eu deixo uma pergunta: porque então a Festa de São Sebastião continua sendo feita no centro da cidade? Acho que carnaval tem que ter carnaval com sambas e marchas e não shows alternativos que a gente paga sem saber quanto custa. A discussão é longa e não dar prá falar tudo aqui.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
INFELIZMENTE, O CARNAVAL DE BARRA MANSA FICOU SÓ NA LEMBRANÇA!!!
Por mais que não se queira falar no assunto, todo ano as discussões sobre o carnaval barramansense afloram nesse período que antecede o tríduo. Posições antagônicas se apresentam, perguntas pululam, opiniões divergem: o carnaval no Parque da Cidade ficou melhor ou pior? Na Av. Joaquim Leite a festa tem muito mais energia e participação popular; sambista gosta é de rua; a estrutura do Parque da Cidade é mais segura; moradores do Centro da cidade onde acontecia o carnaval se aliviam: pelo menos não vão urinar mais na porta da minha casa; os banheiros do Parque ficam muito longe dos desfiles; a pista dos desfiles é muito curta e não permite uma boa apresentação; o Bloco do Boi perdeu sua graça e espontaneidade, e por aí vão as reclamações e os elogios sobre como é realizado o carnaval em Barra Mansa de uns tempos para cá. Pesquisas de opinião feitas pelo Programa Café no Bule na Rádio do Comércio sempre indicaram a preferência de seus ouvintes pelo Parque da Cidade, embora as manifestações a favor do retorno do carnaval para a Joaquim Leite tenha bastantes entusiastas. E eu sou um deles. Sou barramansense nascido na Rua São Sebastião , folião inveterado (gosto mesmo do carnaval) e desde criança acompanho a festa que sempre aconteceu na Joaquim Leite, com os mesmos mijões. O carnaval de Barra Mansa sempre teve a magia da Av. Joaquim Leite que recebeu em seu leito foliões e mais foliões, podendo ser destacados o Nono do Reco-reco, a Tia Amélia dentre muitos e as agremiações carnavalescas que faziam o brilho, tais como a Escola de Samba Boêmios do Morro, A Escola de Samba Unidos do Viaduto, a Escola de Beira Rio, O Clube do Garfo, As Paulas, Sai Como Pode, Sai ou Não Sai, Deixa Falar, Uma Boa, Bafo da Pantera, a Mocidade da Vila Maria, Unidos do Jardim Central, Unidos de Santa Izabel e outras tantas. E essas agremiações e os anônimos foliões fizeram o carnaval de Barra Mansa ficar famoso e atrair muita gente de fora. Já ia me equecendo dos bailes nos clubes, Clube Municipal. Ilha Club da ARB, Azteca, Tabajara e os bailes populares na quadra do Barão de Aiuruóca, na antiga Agemil e na Chevrolet, hoje funciona o Bramil. Enfim, o carnaval daqui fazia jus ao slogan: Carnaval em Barra Mansa fica sempre na lembrança! Lembrei-me de mais blocos: Deixa Que Eu Bebo, Pulo do Sapo, Mensageiros do Samba, Vassourada, Cisne Branco e a Escola de Samba Acadêmicos da Chacrinha. Isso tudo reunido já dá quase um carnaval do Rio de Janeiros. Exageros à parte, a verdade é que o carnaval de BM foi se desestruturando em função de vários fatores, principalmente o descaso do poder público com aquela que pode ser considerada a mais popular de todas as festas populares. Queiram ou não queiram, quem fica com os louros do sucesso do carnaval é a prefeitura. Relembrando os carnavais dos últimos 20 anos podemos dizer que, Ismael de Souza realizou um carnaval que agradou aos foliões, tendo sido até carregado e jogado pro alto no ultimo dia, a partir do seu sucessor Luiz Amaral, o carnaval iniciou seu declínio, tendo em vista a falta de apoio financeiro e logístico da PMBM (aliás, apoio financeiro nunca foi o forte de nenhuma das administrações da cidade), e com o declínio as pessoas que aqui permaneciam no carnaval passaram a viajar, esvaziando a festa. Veio a administração petista e foi um arraso o carnaval da Pandeló. Parecia festa junina. Um monte de barraquinhas em plena Joaquim Leite e pouca participação das entidades. E lá foi um pouco mais de povo prá fora da cidade durante o carnaval. Decoração carnavalesca então, sumiu por completo. E aí barra Mansa elege um prefeito jovem, que nunca escondeu não gostar de carnaval em função de sua crença evangélica (acho eu) e proporciona aos barramansenses uma festa bastante similar às antigas e ainda adicionando um complemento a mais que foram as arquibancadas que proporcionaram ao grande público que foi para a Joaquim Leite, um maior conforto para se assistir aos desfiles. No ano seguinte, em função dos comentários favoráveis, a Av.Joaquim Leite bombou e ficou superlotada de foliões. A verba da PMBM continuava ruim mas o carnaval havia readquirido o seu brilho nato e perdido com a desfaçatez do poder público. CLAP!CLAP!CLAP! Aplausos para o Roosevelt Brasil que contra todos que achavam que ele ia enterrar o carnaval barramansense, colocou-o de novo no lugar merecido. Mas como alegria de pobre dura pouco, o senhor Alcaide, sem nenhuma consulta popular, resolve a seu bel-prazer, transferir o carnaval da Joaquim Leite para o Parque da Cidade, onde vem agonizando a cada ano que passa. Com a alegação que o Parque da Cidade foi adquirido com objetivo de se transferir para lá todas as festas da cidade, eu deixo uma pergunta: porque então a Festa de São Sebastião continua sendo feita no centro da cidade? Acho que carnaval tem que ter carnaval com sambas e marchas e não shows alternativos que a gente paga sem saber quanto custa. A discussão é longa e não dar prá falar tudo aqui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Amigo Paulinho,
Parabéns pela bela reportagem de quem viveu uma época de glória em nossa cidade.
Infelizmente para os mais jovens ou para os que chegaram aqui após os anos 70 não conheceram nossa cidade sendo o centro das atenções do Sul do Estado.
Saudades de um tempo que certamente nunca mais voltará.
Chegou, chegou, chegou a Boemios do Morro , chegou........
Manoel. continuando o samba da Boemios que vc não esquece, tem a continuação que diz: Quem com ferro fere, com ferro será ferido, segura gente que bate, que os Boemios estão unidos, chegou...
Bateram muito no carnaval barramansense mas tenho a esperança que ele saia da agonia e volte a alegrar as famílias e os visitantes da nossa cidade.
Por enquanto, o surdo que anuncia a tragédia continua a tocar, Façamo-lo calar-se!
Postar um comentário